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Artigos

 
  • Noite feliz

    O Globo,, em 20/12/2009

    Aqui na ilha, verdade seja dita, o Natal nunca foi dos mais famosos. Há até quem sustente que Papai Noel não aparece por cá porque não confia no ferrobote (no original, ferryboat, mas o pessoal acha que o nome é por causa do ferro que ela dá na gente, logo o correto é isso mesmo), ou se recusa a pagar um absurdo para atravessar a baía apenas com um trenó velho e alguns animais aveadados. Contam-me também, não sei se é fato, que a tentativa de promover um Natal de amigo oculto não deu certo, até porque a maior parte entendeu mal a brincadeira e se escondeu o Natal inteiro, sem dar nem receber presente, tendo no fim achado a ideia tão besta que ninguém quis mais nem discutir a realização de outra festa de amigo oculto.

  • Beatriz

    Folha de S. Paulo,, em 18/12/2009

    No hábito de ler diariamente os jornais do Amapá, dei de frente com uma história triste, que se torna bela pela carga de sentimento humano que encerra.

  • O voo do infinito

    O Estado do Maranhão,, em 16/12/2009

    Aprendi desde cedo que para Deus não há coincidência. Quando conheci, há mais de 10 anos, o General de Divisão José Carlos Albano do Amarante, então Reitor do Instituto Militar de Engenharia, com ele me identifiquei pela preocupação comum com a visão humanística dos seus alunos. Segundo deixou claro, na conversa que tivemos no prédio da Praia Vermelha, a modernização do ensino pressupunha o enriquecimento cultural dos alunos, para a formação de engenheiros da Idade Tecnológica, com base politécnica e visão holística.

  • Há vida na passarela

    Zero Hora (RS),, em 15/12/2009

    Na zona norte de Porto Alegre existe uma loja que vende manequins. Ali estão vários deles, na vitrine, nus (mas sem genitália: o pudor se impõe), a fitar-nos com seu sorriso fixo. Uma visão no mínimo incômoda, e que explica uma cena muito comum em antigos filmes de terror: fugindo dos bandidos, o mocinho ou a mocinha se refugiava em algum depósito escuro, cheio de manequins, e a visão destes, suas faces imóveis sinistramente iluminadas por uma débil claridade, contribuía para reforçar o clima de pesadelo.

  • O palavrão do general

    Folha de S. Paulo,, em 15/12/2009

    Um general de Napoleão, Pierre Cambronne, no final da tarde de Waterloo, vendo o desastre das tropas francesas, desceu do seu cavalo e disse uma palavra que era então considerada palavrão: 'Merde'. Definiu perfeitamente a situação, e não havia no vocabulário um termo que expressasse a sua raiva pela derrota.

  • Pedro & Paulo

    Folha de S. Paulo,, em 13/12/2009

    A tradição atribui a são Pedro não apenas as chaves do Céu, mas o domínio das torneiras que ele fecha e abre quando quer. Em vida foi uma espécie de rival de São Paulo, que não chegou a pertencer àquele núcleo inicial do cristianismo, só conheceu Jesus mais tarde, na estrada de Damasco, quando já havia cristãos espalhados por todo o Oriente Médio, inclusive e principalmente na Judéia e Galiléia.

  • Os terapeutas

    Zero Hora (RS),, em 13/12/2009

    De terapeuta, de poeta e de louco todos nós temos um pouco. O terapeuta que, em maior ou menor grau, existe em nós dispõe-se a ajudar as pessoas que sofrem, que estão em dificuldades. Não é preciso um consultório ou uma sala cirúrgica para fazer isso; basta saber escutar com atenção e simpatia, basta dizer uma ou outra palavra de apoio, e pronto, fizemos algo por nossos semelhantes.

  • Herculado e o capenguinha - O retorno

    O Globo,, em 13/12/2009

    Não posso considerar-me devoto dela, mas, antes de mais nada, desejo homenagear a santa de hoje, a piedosíssima Santa Luzia. É a protetora dos deficientes visuais e, pelo Brasil afora, muitas cidades e paróquias estão fazendo festa para ela. Todo ano, em Salvador, formam-se filas diante da fonte dela, porque lavar os olhos em sua água é perspectiva certa de cura. Em Itaparica, o Mercado Municipal, não por acaso, tem seu nome. Perde-se a conta dos milagres e graças atribuídos a ela na ilha, dentre os quais seleciono apenas um exemplo, somente para vocês terem uma ideia que talvez os convença a procurar sem demora seus santos padroeiros, até porque o que vou narrar abaixo envolveu a ação simultânea de dois santos.

  • O risco do celular

    Zero Hora (RS),, em 12/12/2009

    Quando a gente vê em filmes antigos (ou não tão tão antigos assim) os primeiros telefones celulares, aqueles gigantescos trambolhos, nos damos conta de que o mundo muitas vezes envereda por caminhos inesperados. Hoje o celular é pequeno, é prático – e todo mundo tem . O número de aparelhos no Brasil já chega a 160 milhões, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). De cada cem brasileiros, 82 usam o aparelho. Como ocorre na maioria dos países.

  • O voo da humanidade

    Jornal do Brasil,, em 11/12/2009

    Quando conheci, há mais de 10 anos, o general de divisão José Carlos Albano do Amarante, então reitor do Instituto Militar de Engenharia (IME), com ele me identifiquei pela preocupação comum com a visão humanística dos seus alunos. Segundo deixou claro, na conversa que tivemos no prédio da Praia Vermelha, a modernização do ensino pressupunha o enriquecimento cultural dos alunos, para a formação de engenheiros da idade tecnológica, com base politécnica e visão holística. Do encontro, promovido pelo professor Rex Nazaré Alves, nasceu o convite para uma conferência, que fiz com muito prazer, oferecendo aos alunos do IME a experiência diversificada do meu currículo, que começou com a licenciatura em matemática, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Lembro que, à época, travava-se uma grande discussão acadêmica sobre as operações cibernéticas. Fiz os alunos raciocinar sobre esse pensamento de Norbert Wiener: Deve-se dar à máquina o que é da máquina e ao homem o que é do homem.

  • O preconceito contra o ensino médio

    Jornal do Commercio,, em 11/12/2009

    O gigante adormecido dá sinais de que está acordando para a realidade. Hoje, no Brasil, o preconceito contra o ensino técnico parece coisa do outro mundo, mas nem sempre foi assim. Quando Nilo Peçanha foi presidente da República (1906 – 1910), em decorrência da morte de Afonso Pena, elaborou um plano de educação técnica destinada “às crianças desvalidas”.

  • Corrupção, moralismo e oposição

    Jornal do Commercio (RJ),, em 11/12/2009

    A entrada num ano eleitoral marca-se de medidas promissoras. Nunca tivemos um presidente com a popularidade de Lula ao fim de um segundo mandato, e constitucionalmente irreelegível. Nem uma consciência popular tão distinta do que fosse o partido que levou o petista à vitória em 2002. E a ter a consciência da sua afirmação política, até onde intransferível a outra candidatura?

  • Prós e Contras

    Jornal do Commercio (RJ),, em 10/12/2009

    Muita gente ficou com as manifestações populares a favor do governador Arruda, em Brasília. Num primeiro exame do fenômeno, a tradição explica que são forças comprometidas com o próprio Arruda, gente que é mobilizada, à custa de dinheiro ou de favores, para ocupar as ruas e tentar neutralizar a maré contrária.

  • Serennus Samodecus

    Folha de S. Paulo (RJ),, em 29/11/2009

    Verdade seja dita: ninguém até hoje acusou Serennus Samodecus, o famoso clínico-geral dos tempos de Roma Imperial, de ter inventado a palavra-fórmula “abracadabra”. Os hermeneutas da história são unânimes em concordar, genericamente, que ao tempo dele, vinda das Arábias, a palavra já chegara aos campos etruscos onde Roma se edificara, “Roma condita est”.

  • Sócrates e o porco

    Folha de S. Paulo,, em 27/11/2009

    O contínuo veio avisar que o sujeito queria falar comigo. Fui lá fora, e o camarada alto e magro levantou-se e apresentou-se: J. Campos. Homem de meia-idade, parecido com o Guimarães Rosa quando ria, aquele brilho nos olhos esverdeados, aquela mesma hesitação no falar, como quem procura sempre a palavra exata. J. Campos lera um livro meu, sabia-me de vagas inquietações e viera oferecer seus préstimos e seu livro, edição particular.