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Artigos

 
  • Onde estão os pediatras?

    Zero Hora (RS), em 13/11/2010

    Uma recente e importante pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais em todo o país reflete a dimensão de um problema que chama a atenção dos responsáveis pela saúde pública e que é sentido pela população com grande intensidade: trata-se da carência de pediatras, médicos de família e clínicos gerais, ou seja, aqueles profissionais que resolvem, ou poderiam resolver, 80% dos problemas de saúde.

  • Esquema de salvação nacional

    Folha de São Paulo, em 12/11/2010

    Volta e meia, apesar dos meus esforços em contrário, sou assediado por pessoas mal informadas que me pedem conselhos e me consultam sobre problemas não só nacionais como internacionais.

  • Pau de sebo

    Jornal do Commercio (RJ), em 11/11/2010

    Já vi muita coisa neste mundo, mas nunca assisti pessoalmente a um pau de sebo de verdade, uma brincadeira que me parece caipira e que alegra as festas do povo em geral. Mas sei do que se trata. Aparecem os candidatos a um prêmio colocado no topo de um mastro de madeira ensebada com graxa ou outro deslizante qualquer. Todos tentam subir para ficar de posse do prêmio colocado no topo -uma galinha, uma cesta de ovos, uma garrafa de cachaça, um chapéu de couro.

  • Votando hoje

    O Globo, em 31/10/2010

    Minha primeira lembrança política é de um comício comunista, em noite muito remota, na Praça Pinheiro Machado, em Aracaju. Nossa casa ficava na praça e meu pai resolveu que ia dar uma espiada e me levar com ele. Não lembro oradores, só lembro uma aglomeração de silhuetas agitadas, em frente do palanque armado sobre o coreto. Ficamos pouco tempo, mas me impressionei com o coro dos participantes, repetindo o que para mim soou como “luí-cálu-pré!”, “luí-cálu-pré!”, “luí-cálu-pré!”. Apesar do medo de que ele me remetesse ao dicionário e, a depender da veneta, me mandasse copiar o verbete com boa letra, perguntei o que queria dizer aquilo.

  • Gran Circo Brasileiro

    Folha de São Paulo, em 31/10/2010

    O mais complicado é arranjar uma lona de boa qualidade que cubra os 8.514.876,599 de quilômetros do território nacional. Uma lona que custa os olhos da cara, mas que alegislação permite que seja rateada por uma vaquinha presidida pelo tribunal competente e por doações de patrióticas empresas e instituições, além, é claro, de todos os candidatos e eleitores que de alguma forma gastam em propaganda e deslocamentos por terra, mar e ar.

  • A festa das bruxas

    Zero Hora (RS), em 31/10/2010

    Festa é festa, e festa deveria ser sempre bem-vinda, mas muita gente não gosta do Halloween. Em primeiro lugar, porque é basicamente coisa de americano; não faz, ou não fazia, parte de nossa cultura. Depois, porque é a festa das bruxas, um resíduo do paganismo celta. Mas a influência americana está presente em nosso cotidiano, indo dos anglicismos ao McDonalds; e a evocação das bruxas a rigor não envolve uma crença, é muito mais uma gozação. Aliás, fazer brincadeiras com coisas misteriosas ou amedrontadoras é um jeito de controlar nossa ansiedade, como se vê no México, no Dia de Finados ali as calaveras, esqueletos feitos de açúcar, fazem parte do folclore. A propósito, não deixa de ser curioso o fato de que o termo Halloween venha de All-Hallows-Even (evening), referindo-se à noite que precede o Dia de Todos os Santos, este, por sua vez, antecedendo Finados. Ou seja, uma tríade significativa, que nos fala de bruxaria, de fé cristã e da morte.

  • A qualidade é possível

    Jornal do Commercio (RJ), em 29/10/2010

    Convém prestar atenção a certos fenômenos (sim, são fenômenos) que ocorrem na educação brasileira. Quando se discute tanto a necessidade da sua qualidade, especialmente no ensino público, temos dois exemplos positivos a considerar, ambos relacionados à Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

  • Um Senado sem Tuma

    Folha de São Paulo, em 29/10/2010

    O Senado, dizia Milton Campos, é uma Casa em que, além da convivência política, por sermos poucos e passarmos muitos anos juntos, se criam relações de amizade e de afeto que muitas vezes se transformam quase em irmandade.

  • Tá chegando a hora

    Folha de São Paulo, em 28/10/2010

    Não esqueço o último programa feito para a TV pelo ex-presidente Figueiredo. Era, na forma e no conteúdo, a prestação de contas do que ele havia feito e conseguido em seu longo mandato. Não me refiro àquela entrevista pessoal que concedeu ao Alexandre Garcia, pedindo que o esquecessem — um pedido ocioso, pois seria esquecido mesmo.

  • Iberidade

    Diário de Pernambuco, em 27/10/2010

    O ensaio é um gênero literário desde Montaigne. No Brasil o ensaísmo literário une-se ao filosófico em Tobias Barreto, patrono de uma das Cadeiras da Academia Brasileira de Letras, e ao sociológico em Silvio Romero, um dos seus fundadores. Vamireh Chacon, mesmo com formação universitária de doutoramento no Brasil e na Alemanha e pós-doutoramento nos Estados Unidos, permaneceu fiel às origens ibéricas, em meio às influências germânicas da Escola do Recife na Faculdade de Direito de Pernambuco, e norte-americanas de Gilberto Freyre em Apipucos. Foi Ortega y Gasset quem começou a revelar o pensamento hispânico e o alemão à geração de Eduardo Portella, Nelson Saldanha e Vamireh Chacon, e para a anterior, a de Hélio Jaguaribe e Cândido Mendes, no Nordeste e outras partes do Brasil.

  • Adeus, Maria Candelária

    Zero Hora (RS), em 26/10/2010

    Numa época, fez grande sucesso no Brasil a marchinha carnavalesca, do compositor Blecaute, que falava de uma certa Maria Candelária. Quem era? “É alta funcionária”, informava a letra, acrescentando que Maria Candelária tinha entrado no serviço público “de paraquedas”, ou seja, por algum favor político. A seguir, entrava em detalhes sobre a atividade da Maria Candelária, que “trabalhava de fazer dó”. O expediente começava ao meio-dia; à uma da tarde Maria Candelária ia ao dentista, às duas, ia ao café, às três à modista; às quatro assinava o ponto e dava no pé. Concluía Blecaute: “Que grande vigarista que ela é”.

  • A campanha eleitoral na ilha

    O Globo, em 24/10/2010

    Em Itaparica, não se pode dizer que o clima político está muito animado. O itaparicano, como sempre, permanece atento ao panorama nacional, mas os outrora inflamados debates que ocorriam no bar de Espanha deram lugar a considerações de outra ordem. O dr. Serra ficou em terceirão nos dois municípios que compõem a ilha, mas ninguém comenta muito o fato, pois, como observou Xepa, não convém tripudiar, ainda mais que tem segundo turno e nunca se sabe o que pode acontecer, tudo neste mundo é possível. De repente o homem se elege e aí vem tomar satisfações, já basta ele ter levado essa surra no primeiro turno, vamos respeitar a cabeça inchada alheia.

  • O casal em viagem

    Zero Hora (RS), em 24/10/2010

    No avião em que voltamos de Paris, viajava, atrás de nós, um jovem casal. Que batia boca ferozmente. Não cheguei a descobrir por que discutiam tanto, mas a cena lembrou-me do comentário de uma amiga que uma vez me disse algo surpreendente. Em viagem, marido e mulher sempre brigam, garantiu ela.

  • Que pena!

    Folha de São Paulo, em 24/10/2010

    Não dá para entender. Montado em 81% de aprovação popular, com sua candidata Dilma abrindo vantagem nas pesquisas para a decisão do segundo turno, Lula abdicou do seu dever de presidente de todos os brasileiros.

  • As profissões do futuro

    Jornal do Commmercio (RJ), em 22/10/2010

    Louvável a iniciativa de Luiz Gonzaga Bertelli, presidente executivo do CIEE/SP, ao lançar mais uma vez o livro “Profissões”, em versão completamente atualizada. Trata-se de um guia para ajudar os jovens estudantes na escolha da carreira, que hoje apresenta nuances  jamais sonhadas.