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Artigos

 
  • Passos largos, poço fundo

    O Globo, em 13/06/2015

    Entre anúncios do fim de livrarias e museus, ameaça de fechamento da Escola de Teatro Martins Pena, onde dei aula, e do encerramento do Centro de Referência Cultura Infância, no Jockey do Rio (ainda que nesse caso a batalhadora Karen Acioly tenha conseguido migrar para outros espaços), chega outra notícia: a Jornada de Passo Fundo vai acabar. É triste.

  • Simples como ela só

    O Globo, em 13/06/2015

    Além do resultado de 9 x 0, o julgamento do STF desta semana apresentou outra unanimidade: o voto da relatora Cármen Lúcia, considerado histórico e, como tal, seguido por todos os seus pares. Não chegou a ser surpresa para os que a conhecem e, devido à sensatez, a chamam de “Cármen lúcida”. Primeira a votar, foi também a primeira a usar com todas as letras a palavra “censura” para caracterizar a exigência de autorização prévia para uma biografia. E a censura, como explicou, é proibida pela Constituição Federal, que garante a liberdade de expressão, de pensamento, de criação artística e científica. Admitiu que “há riscos de abusos no dizer e no escrever, mas a vida é uma experiência de riscos”. E para os riscos há a solução de buscar no Judiciário as reparações para os eventuais danos morais. O que a Constituição não permite, ela acrescentou, é que, a pretexto de se preservar a intimidade de alguém, abolir-se o direito à liberdade do outro, principalmente em casos como o das obras biográficas, “que dizem respeito não apenas ao biografado, mas a toda a coletividade”. Entremeando no seu douto parecer o saber jurídico com ensinamentos da vida real, a que está sempre ligada, a vice-presidente do STF lembrou uma ciranda de roda de sua infância (“cala boca já morreu quem manda na minha boca sou eu”) e recorreu a um poético jogo de palavras: “Na vida aprendi que quem por direito não é senhor do seu dizer, não se pode dizer senhor de qualquer direito”.

  • Governo descoordenado

    O Globo, em 13/06/2015

    Dois episódios no mesmo dia mostram como o governo carece de uma coordenação, e não apenas no campo político. Nos dois casos, teve que voltar atrás de decisões anunciadas, ou propostas veladamente, diante da reação da opinião pública.

  • Os impasses da reforma

    O Globo, em 12/06/2015

    Ninguém sabe o que vai acontecer com a dita reforma política no Senado, e pode até mesmo não acontecer nada. Há algumas certezas que inviabilizam o todo. O mandato de 5 anos para os senadores, por exemplo, não passa no Senado, mesmo que não atinja os atuais detentores de mandatos.

  • Não à censura

    O Globo, em 11/06/2015

    Ontem foi um dia histórico para a democracia brasileira, menos pela liberação das biografias não autorizadas, nos colocando no rol dos países desenvolvidos nessa questão cultural fundamental que é a liberdade acadêmica, de ensinar e de pesquisar, e mais pela prevalência no Supremo Tribunal Federal (STF) do entendimento de que qualquer tipo de censura é terminantemente proibido pela Constituição.

  • Anos rebeldes

    Tribuna de Petrópolis (RJ), em 10/06/2015

    Com mais certezas do que dúvidas, no fulgor dos seus 17 anos, a jovem Bruna se dá ao luxo de criticar os colegas (“são todos pequenos burgueses”) e até mesmo o seu dedicado mestre de História, de quem discorda sempre. É uma das passagens consideradas fortes da série “Anos rebeldes”, muito bem produzida para o cinema e a televisão pela Fundação Cesgranrio, num original de Décio Coimbra, produção de Carlos Alberto Serpa e direção de Alexandre Machafer.

  • É hoje o dia das biografias

    O Globo, em 10/06/2015

    Tomara que a ministra Cármen Lúcia tenha lido no domingo o artigo de Cacá Diegues, ela, que é a relatora do processo que será julgado hoje no STF defendendo a liberdade de um escritor contar a história de uma personalidade pública — político, artista, jogador de futebol, cientista — sem autorização prévia dele ou de seus familiares, como se faz nas grandes democracias. Não só porque o cineasta é uma das melhores cabeças que pensam o país, como seus argumentos não são em causa própria. Não é biógrafo e, ao que consta, não pretende ser; ao contrário, com sua obra, tem tudo para vir a ser um biografado. Entre outras coisas, ele diz que o direito à privacidade não é um valor absoluto: “A vida privada de todo mundo, do gari na rua ao presidente da República, não é mais importante do que a necessidade que temos de saber melhor em que mundo vivemos. E como vivem aqueles em que confiamos”

  • O mundo particular de Dilma

    O Globo, em 10/06/2015

    A presidente Dilma voltou a ser aquela mesma do tempo da campanha presidencial, vendendo versões mirabolantes que se chocam com a realidade, parecendo que vive em outra dimensão. Ela foi obrigada por jornalistas estrangeiros a abordar nos últimos dias um tema que a perturba: sua participação nos escândalos da Petrobras.

  • Neymar e a Renascença

    Folha de S. Paulo (RJ), em 09/06/2015

    Houve tempo em que a rivalidade entre o Rio e São Paulo era letal, sobretudo no futebol. O Brasil era o celeiro de craques e o técnico Flávio Costa dava-se ao luxo de armar duas seleções para satisfazer as torcidas dos dois Estados. Muita gente reclamava, mas o Brasil ia em frente.

  • Consumo sem crime

    O Globo, em 09/06/2015

    A descriminalização do consumo de drogas, que está em discussão nesse momento pela decisão da Defensoria Pública do Rio de considerar inconstitucionais todas as prisões de usuários de drogas, vai ser objeto de análise do Supremo Tribunal Federal nos próximos dias, provavelmente antes do recesso do Judiciário.

  • O ponto a que chegamos

    O Globo, em 07/06/2015

    Os brasileiros sentem a dor das oportunidades perdidas. Olhando em retrospectiva, não há dúvidas de que nos últimos anos houve uma guinada. Para a esquerda? Não, para o despropósito.

  • Faca na garganta

    Folha de São Paulo, em 07/06/2015

    O assassinato de um ciclista de 57 anos à margem da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, supostamente por um jovem de 16 anos, provocou intensa reação das pessoas e dos órgãos de comunicação.

  • Revendo a reforma

    O Globo, em 07/06/2015

    A segunda rodada de votação na Câmara da emenda constitucional que põe fim à reeleição dará um bom indicativo de como a medida, vitoriosa por larga margem na primeira votação, repercutiu na sociedade.

  • Louvor à marmelada

    Folha de S. Paulo (RJ), em 07/06/2015

    A palavra e o sentido não mais são usados, mas era frequente entre torcedores e alguns jornalistas. Significava um tipo de venalidade, então exclusiva aos jogadores e técnicos. Hoje, pode ser aplicada aos cartolas de vários feitios e nacionalidades. A palavra (marmelada) parece adequada.

  • A arte da obra efêmera

    O Globo, em 06/06/2015

    Edson Leite Faria, de 33 anos, cujo “ateliê” a céu aberto funciona no Posto 10 da Praia de Ipanema, nunca ouviu falar de Michelangelo, Rodin ou Brancusi, nem mesmo sabe que existe em Washington um concorrido campeonato mundial de esculturas em areia com a participação de verdadeiras obras de arte realistas e até hiperrealistas — castelos, personagens históricos ou anônimos em tamanho natural, prédios, enormes monumentos — que em comum têm a natureza perecível do material com que são construídas. Os que reclamam da “obscenidade” dos nossos artistas de praia, com suas mulheres seminuas, precisavam ver alguns exemplares eróticos dos que concorrem naquele certame. O artista que acabo de descobrir aqui perto de casa é, digamos, um naïf, um primitivo. Seu trabalho é uma singela homenagem à cidade e ao bairro.