
Do diário de um seminarista
Grave incidente para perturbar a nossa tranquilidade, provocado pelo próprio senhor arcebispo. Veio enfurecido do palácio, para desabafar aos gritos com os nossos superiores, que nada tinham a ver com a história.
Grave incidente para perturbar a nossa tranquilidade, provocado pelo próprio senhor arcebispo. Veio enfurecido do palácio, para desabafar aos gritos com os nossos superiores, que nada tinham a ver com a história.
Meus camaradas: Estamos todos reunidos aqui, ao pé da pátria amada, para render tributo ao dia de hoje. Em nosso calendário cívico, a data de hoje é, sobretudo cara aos que verteram seu generoso sangue em defesa de nossa integridade territorial. Refiro-me, como é claro, aos valorosos soldados desconhecidos que tombaram no campo de batalha, regando com seu sangue enobrecido os nossos mais claros e supinos ideais de brasilidade.
Como de costume, vou deixar em paz o generoso leitor e a amável leitora por quatro domingos, neste começo de ano, a partir de hoje. Se não erro aqui nas minhas contas, devo estar de volta em 16 de fevereiro. Também como de costume, vou passar o tempo que puder na minha terra, com os amigos de infância, que vêm escasseando num ritmo alarmante, o que os torna cada vez mais preciosos. Lá se foi, faz poucos meses, Ary de Almiro, que jogou bola comigo e, quando rapazinho, era discípulo de meu primo Walter Ubaldo, na Escola Filosófica do Sorriso de Desdém. “Mais eloquente que a pena do escritor, mais poderosa que a espada do soldado, a maior arma que o homem tem é o sorriso de desdém” — era o moto da escola e eles saíam pela rua, tacando o sorriso de desdém a torto e a direito.
Meus camaradas: Estamos todos reunidos aqui, ao pé da pátria amada, para render tributo ao dia de hoje. Em nosso calendário cívico, a data de hoje é, sobretudo cara aos que verteram seu generoso sangue em defesa de nossa integridade territorial. Refiro-me, como é claro, aos valorosos soldados desconhecidos que tombaram no campo de batalha, regando com seu sangue enobrecido os nossos mais claros e supinos ideais de brasilidade.
Ontem pela manhã, no hall do hotel Eastin, aqui em Kuala Lumpur, uma tunisiana parecia particularmente feliz com as notícias de seu país, embora cautelosa sobre as consequências. A escritora Hélé Béji, uma das principais intelectuais da Tunísia, fundadora do Colégio Internacional de Túnis, fizera uma palestra angustiada no dia anterior, na Universidade Malaya, dando um panorama sombrio do que acontecia em seu país desde que um jovem vendedor ambulante de frutas e verduras se imolou em praça pública, em protesto contra os desmandos das autoridades, desencadeando o que ficou conhecido como “Primavera Árabe".
O seminário de Kuala Lumpur da Academia da Latinidade teve ontem seu ponto alto na visão de estudiosos chineses sobre o "século chinês", que eles aceitaram classificar de "século asiático" para ficarem dentro do espírito da região. O professor de Literatura Comparada e Tradução Zhang Longxi, da Universidade de Hong Kong, defendeu a necessidade de integração com o Ocidente citando Lu Xun, que classificou como "um dos mais radicais pensadores da moderna história chinesa".
Este é o nome de uma das feiras natalinas de maior relevo no Peru, montada ao longo da Praça de Armas, na imperial cidade de Cusco. Lembra uma ópera ao ar livre, onde o espanhol cede lugar ao quíchua, a prosa do áspero quotidiano, à poesia e ao sino das igrejas, aos cantos populares, como se formasse um coro misto a celebrar o nascimento de Emanuel, chamado carinhosamente de Manuelito ao longo do mundo hispânico.
Tudo mudou quando, na manhã de um domingo, olhando da janela do quarto do hotel para a praia, vi uma jovem que acenava para mim, querendo falar comigo. Nunca a tinha visto, em Cabo Frio nem em lugar nenhum. Mas era uma jovem bonita, de cabelos lisos, usando uma calça jeans esfarrapada, uma blusa verde mal abotoada, presa na cintura por um laço mal dado.
A mais recente edição da revista “Foreign Affairs” traz duas análises que se combinam: os países que merecem a atenção dos investidores e aqueles que são os “eternos emergentes” e acabam não realizando as profecias que fazem sobre eles. Infelizmente o Brasil, que já foi uma das estrelas daquele time de vencedores, passou a esta última categoria.
Querido Diário,
Acabou o ano, o tempo passa cada vez mais depressa. Hoje vai aparecer ainda mais gente, lá no boteco. Já viraram tradição da casa os cumprimentos de fim de ano, bons desejos, muita paz, muita saúde, essas frescuras automáticas que todo mundo diz da boca para fora e em que ninguém presta atenção. Eu retribuo tudo o que me dizem, mas cada dia me exaspera mais a parte do “você está muito bem”. Só quem ouve essa conversa do “você está muito bem” é velho, ninguém diz isto a um jovem. É um saco, até porque muitos falam estas coisas somente para receber a retribuição e a gente tem de cumprir o ritual. Ôi, tudo bem, mas, cara, o tempo não passa para você, você está muito bem, em grande forma! Não, você é que está ótimo — e fica essa nênia ridícula de lá para cá, um bando de despencados caquéticos querendo engabelar o calendário, para mim é triste.
Eduardo Brick, especialista do Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial da Universidade Federal Fluminense, em vez de comemorar ou criticar a compra dos novos caças Grippen suecos pela Aeronáutica, prefere uma visão pragmática e de longo prazo. Por mais paradoxal que a afirmação possa parecer, diz ele, essa decisão não será importante para a defesa do Brasil nos próximos 20 anos, mas, sim, para daqui a 30 a 50 anos.
Embora parecesse pacífica a implementação do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa, na sua versão de 1990, a comunidade lusófona reagiu de maneira diferente. O Brasil aderiu com entusiasmo a essa ideia de simplificação. A partir de 2013 todos os seus instrumentos de comunicação, como jornais, revistas, livros e emissoras de rádio e televisão obedecerão aos ditames do Acordo, sacramentado pelo expresidente Lula, em 2008, numa simpática cerimônia, simbolicamente realizada na sede da Academia Brasileira de Letras.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso, ao fazer um balanço do ano para o site especializado “Consultor Jurídico”, defendeu o fim do financiamento eleitoral por empresas, matéria que está em julgamento no STF já com quatro votos a favor, inclusive o seu. Mesmo admitindo que o tema “não é simples e situa-se na fronteira movediça e conturbada que separa, de um lado, a interpretação constitucional e, de outro, as escolhas políticas”, Barroso defende que a proibição terá o “efeito positivo, (...) de fazer com que a discussão sobre a reforma política seja retomada e um pacto geral pelo barateamento do processo eleitoral seja firmado”.
Estamos todos em busca da excelência. É um ojetivo comum. Quando reparamos nas peripécias das correções das provas do Enem, por exemplo, ficamos um pouco assustados. Estaríamos chegando próximos ao estágio em que o escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez (prêmio Nobel de Literatura) pediu para aposentar a gramática? Segundo ele, “é o terror dos seres humanos desde o berço”. Não é exatamente a nossa opinião, mas devemos ter maiores cuidados com as avaliações em curso.
Foi acertada a decisão da presidente Dilma de comparecer ao Fórum Econômico Mundial em janeiro, para falar aos investidores internacionais reunidos em Davos, na Suiça, no encontro que praticamente define os caminhos do capitalismo mundial. Até mesmo pelo fato de ser esta a primeira vez, a presença da presidente brasileira por si só já alcança o objetivo pretendido, que é o de garantir aos investidores internacionais que seu governo não deixará que o equilíbrio fiscal se perca, e garantirá o respeito aos contratos.