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Memórias

Carlos Magalhães de Azeredo

Essa publicação faz parte da coleção Coleção Afrânio Peixoto

Estas memórias da infância, adolescência e mocidade de Carlos Magalhães de Azeredo permaneceram durante longas décadas esquecidas no Arquivo Histórico do Ministério das Relações Exteriores. Agora, são publicadas pela Academia Brasileira de Letras, por deferência especial do Itamarati, cento e trinta anos depois do nascimento daquele diplomata que foi o mais moço dentre os fundadores da Academia, e o último deles a sobreviver. Azeredo, de início, se refere ao "momento em que escrevo, perto do meu décimo quarto lustro", isto é dos 70 anos, que cumpriria em setembro de 1942. Em outubro de 1944, aos 72 anos, ele escreveu a Afonso Arinos informando-o de que "tenho minhas memórias já adiantadas". Em janeiro de 1960, entretanto, Afonso anotaria n'A alma do tempo: "Azeredo, que conta hoje 87 anos, está escrevendo as suas memórias. Há alguns meses fui vê-lo, como faço sempre que vou a Roma, e ele me disse que um dos capítulos do livro seria dedicado às nossas conversas de 1925. Mas o livro de Azeredo está sendo composto devagar, não tendo atingido, ainda, quando com ele estive na última vez, nem mesmo à missão Nabuco, de 1903."

As memórias se encerram em 1898, aos 25 anos do autor, com o fim do segundo volume, dedicado à "mocidade harmoniosa". Porém, mesmo limitadas ao primeiro quarto de século da vida de Magalhães de Azeredo, que se estendeu por 91 anos, sua leitura constitui um refrigério. E não só por retratarem fielmente o caráter do futuro embaixador e acadêmico, já que ele quis fossem elas, "mais que tudo, a história da minha alma". Mas também pelo ineditismo de um testemunho pessoal, em primeira mão, de eventos históricos capitais, como a abolição da escravatura, a proclamação da República, a revolta da Armada e, na França, o processo Dreyfus. Com estilo florido, hoje insólito, o autor descreve os sentimentos e a educação de outros tempos. Estilo em que as frases feitas, os freqüentes lugares-comuns e uma certa ingenuidade são amplamente compensados pela frescura das sensações e das emoções, e por ampla cultura clássica, variada e profunda. [...] [Da Introdução de Afonso Arinos, filho].

Ficha da Obra

Autores: 
Carlos Magalhães de Azeredo