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Biografia

Roberto Simonsen (Roberto Cochrane Simonsen), engenheiro, industrial, administrador, professor, historiador e político, nasceu em Santos, SP, em 18 de fevereiro de 1889, e faleceu, no salão nobre da Academia Brasileira de Letras, em 25 de maio de 1948, quando saudava o Primeiro-ministro belga, Paul van Zeeland, em visita oficial ao Brasil.

Era filho do Dr. Sidney Martin Simonsen e de D. Robertina Cochrane Simonsen. Descendia, pelo lado materno, da tradicional família Cochrane, que deu, a serviço do Brasil, engenheiros, militares, diplomatas e altos funcionários, inclusive o sogro de José de Alencar, o médico Tomás Cochrane. Iniciou os estudos em Santos, transferindo-se, mais tarde, para o Colégio Anglo-brasileiro de São Paulo. Formou-se em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da capital paulista e dedicou-se a intensa atividade industrial e comercial. Começou a trabalhar, em 1909, na Southern Brazil Railway. De 1911 a 1912, ocupou a Diretoria-geral de Obras da Prefeitura de Santos. Logo a seguir, aos 24 anos de idade, fundou a Companhia Construtora de Santos.

Em 1919, foi designado membro da Missão Comercial Brasileira à Inglaterra e, posteriormente, representante do Brasil no Congresso Internacional dos Industriais de Algodão em Paris. Tomou parte na Conferência Internacional do Trabalho em Washington, EUA, datando dessa época a aproximação com o historiador e homem de estado Pandiá Calógeras, que foi Ministro da Guerra no Governo Epitácio Pessoa. A Companhia Construtora foi encarregada da construção dos quartéis do Exército, obra a que ele dedicou grande diligência. A organização estendeu-se aos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Em 1932, integrou-se ao Movimento Constitucionalista de São Paulo. Desempenhou papel importante no grupo de intelectuais que lançou o manifesto de que decorreu a fundação da primeira Escola de Sociologia e Política existente no Brasil, e ali assumiu a cadeira de professor de História da Economia Nacional. De seus ensinamentos e pesquisas resultaram obras como História econômica do Brasil, Aspectos da economia nacional e outras, sobre a evolução da indústria no Brasil.

Em 1934, foi eleito Deputado Federal por São Paulo. Atuou em importantes comissões, em conselhos de caráter econômico, em congressos, e proferiu inúmeras conferências, reunidas depois em volumes. Em 1945, com a volta do país ao regime constitucional, o Partido Social Democrático de São Paulo apresentou o nome de Simonsen para o Senado, e sua vitória nas urnas foi expressiva. Continuou a preocupar-se com os assuntos econômicos, no Senado e em congressos e conferências. Como vice-presidente da seção brasileira do Conselho Interamericano de Comércio e Produção, atuou na reunião de outubro de 1947, em Petrópolis, em que defendeu a tese de um Plano Marshall para a América Latina.

Ao falecer, Roberto Simonsen era, além de Senador, presidente da Companhia Construtora de São Paulo; presidente da Cerâmica São Caetano S. A.; presidente da Companhia Paulista de Mineração; presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; vice-presidente da Confederação Nacional de Indústrias; vice-presidente do Conselho Superior da Escola Livre de Sociologia e Política, da Universidade de São Paulo.

Foi membro de inúmeras instituições, nacionais e estrangeiras, entre as quais os institutos históricos e geográficos de São Paulo, Santos e Rio de Janeiro; a Academia Paulista de Letras; a Academia Portuguesa da História; o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro; o Instituto de Engenharia de São Paulo; o National Geographic Society, de Washington e o Royal Geographic Society, de Londres.

Segundo ocupante da cadeira 3, foi eleito em 9 de agosto de 1945, na sucessão de Filinto de Almeida, e recebido pelo acadêmico José Carlos de Macedo Soares em 7 de outubro de 1946.